Fazenda tem moscas.
Mas não essas mosquinhas que a gente vê na cidade.
São enormes. Parecem um carro ‘tunado’ tipo Velozes e Furiosos. Azuis ou Verdes metálicas.
Entraram no meu quarto.
Achei que um Airbus 380 estava aterrisando no pasto. Era o zumbido da mosca.
Corri. Fui chamar minha mãe.
(não importa se a gente tem 40 anos, ficou com medo, a gente grita pela mãe!)
Perguntei se ela tinha uma espingarda.
Pensei: “mano do céu, esse bicho só deve morrer com tiro de 12!”.
Minha mãe obviamente riu e me entregou uma lata verde de veneno:
– Filha, uma borrifadinha já resolve!
Você tem ideia do tipo de veneno que se usa numa fazenda pra matar um Airbus?
Eu não tinha.
Na primeira borrifada a mosca não caiu, mas eu sim.
Girando.
E rindo!
Se tem gente que vicia em Propofol é porque não conheceu o veneno da Dona Mamãe.
A mosca?
Ficou doidona também e ficamos amigas.
Trocamos mó ideia. Ela leu Kafka.
Outras crônicas de Juliana Giraldini:
1400km em 10 passos. Ou Como chegar na casa da mãe em Cáceres.
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