Acho que ninguém passa nessa vida, (ao menos não deveria passar), sem viver um grande amor. O meu aconteceu quando eu tinha 20 anos. Eu morava em São Paulo, ele em Ubatuba. Nos víamos todos os finais de semana e férias, de verão e inverno.
Foi numa dessas férias de julho, que passamos um mês numa praia deserta. Pegamos carona num barco de pesca e levamos barraca, pranchas de surf, comida… tudo que precisávamos para passar um mês longe da civilização, apenas eu, ele e nossos sonhos
Montamos a barraca. Na primeira noite quase fomos derrubados pela chuva. O Totonho (apelido do meu namorado), cortou vários bambus e fez uma tenda coberta por folhas de bananeira. Além de proteger a barraca, agora tínhamos uma área coberta de uns 12 metros quadrados e não precisávamos mais ficar dentro da barraca durante as chuvas. Eu tinha um homem de filmes ao meu lado!
De manhã eu acordava e encontrava pronta uma deliciosa salada de frutas que ele fazia, com frutas que colhia ao amanhecer.
Então nós surfávamos… nus! Porque podíamos, estávamos num mundo só nosso.
O final do dia não era fácil, era a hora do banho de cachoeira. Era julho. Era gelado. Mas valia o esforço.
Sob o luar, pegávamos tatuíra (uma espécie de tatuzinho do mar que servia de isca de pesca). Não precisávamos de mais nada.
Um dia apareceu na praia um grupo de meninos. Quando nos viram na barraca coberta pela tenda improvisada, um deles falou:
– Estamos na “Lagoa Azul”!
Brooke Shields, você pode ter estrelado “A Lagoa Azul”, mas eu a vivi! Sim, eu vivi um romance de cinema. Durante 3 anos eu amei muito e também fui amada demais.
O Totonho dizia que havia um costume em algum lugar do Japão que as pessoas transformavam em abajur a pele tatuada de uma pessoa que morria, e queria fazer isso com a tatuagem que tinha na costela. Ele morreu muito jovem. Não acredito que a tatuagem dele tenha virado abajur. Mas sei que morreu me amando e continua me iluminando.
Desse mundo não levamos nada, mas deixamos lembranças e histórias pra contar. Não importa os erros que você cometeu ontem, sempre é possível mudar tudo e marcar a vida das pessoas com histórias que vão fazer elas sorrirem ao se lembrar.
Obrigada Totonho, você sempre será uma maravilhosa lembrança!
Às vezes perdemos muito tempo na vida com coisas fúteis, na corrida do “ter” para “ser”. E a felicidade está nas coisas mais simples, não é mesmo? O sorriso sincero, as palavras de afeto, em cada beijo, abraço… Ou somente olhar as estrelas… Que linda história! Obrigada por nos proporcionar essa oportunidade de reflexão.
Camila Caggiano
dezembro 13, 2016 em 11:10 pm- Responder
Lindo seu comentário Jo, fico grata pelas palavras.
Maria Fernanda Gomes
junho 24, 2017 em 11:39 pm- Responder
Adorei a história! E que experiência maravilhosa passar um mês assim… Só natureza! delícia.
Às vezes perdemos muito tempo na vida com coisas fúteis, na corrida do “ter” para “ser”. E a felicidade está nas coisas mais simples, não é mesmo? O sorriso sincero, as palavras de afeto, em cada beijo, abraço… Ou somente olhar as estrelas… Que linda história! Obrigada por nos proporcionar essa oportunidade de reflexão.
Lindo seu comentário Jo, fico grata pelas palavras.
Adorei a história! E que experiência maravilhosa passar um mês assim… Só natureza! delícia.