Yoga como ferramenta de transformação e equilíbrio
Quando a Camila me convidou para escrever para o site Sob as Estrelas falando sobre yoga, vi uma oportunidade de compartilhar minha experiência e fazer com que esse conhecimento milenar seja trazido de forma fidedigna aos leitores. Eu e Camila temos muito em comum, a escalada, a autonomia no volante e curtir estar com o pé na estrada e dirigir quantas horas forem necessárias, e também a meditação como ferramenta de auto percepção e transformação. Trabalhei por 6 anos no mundo corporativo em São Paulo, mas sempre senti que meu chamado era outro. Tudo era muito intenso (mesmo tendo um cargo reconhecido e um bom retorno financeiro) decidi ter uma vida mais tranquila no interior. Me permiti sentir.
Na época, tinha feito uma boa poupança que me ajudaria nos próximos passos. Mas quais seriam esses passos? Não sabia muito bem, mas sempre me senti atraída pela ideia de trabalhar com o corpo e a mente. No fundo, queria tirar essa sensação de faltar algo, e buscar essa tal felicidade.
Quando me vi perdida, depois de deixar meu trabalho e em plena crise de falta de ar (dispneia nervosa) tomando antidepressivos e ansiolíticos há quase três anos, vi um vídeo de um professor de meditação na internet que me despertou. Quem sou eu afinal de contas, o que estou fazendo aqui, porque de tanto sofrimento? Vi o yoga então como um pontapé inicial pra me levar para o equilíbrio. Isso era dezembro de 2016. No ano seguinte já comecei meu curso de formação em hatha vinyasa yoga com a minha primeira mestra, Camila Reitz. Um ano de formação. Nesse período, as crises de falta de ar foram ficando cada vez mais espaçadas até que finalmente, pararam. Mas como a vida é dinâmica e cada hora um novo acontecimento vai nos transformando e trazendo novos sentimentos e sensações, não fiquei em plenitude e feliz para sempre. E então, a clássica historia aconteceu comigo. Após um termino de relacionamento de quase 14 anos, decidi me afastar de tudo e ir para a Índia para fazer um segundo curso de formação em yoga e também, escalar.
Sou escaladora há 17 anos. A escalada me leva muito para esse lugar do autoconhecimento da meditação e da superação. Aproveitei que estava com amigos na India e escalamos boulder ( um tipo de escalada) em Hampi, no sul India, e depois em Manali, nos Himalaias. Mas o foco da viagem era o estudo. Fui então para a capital do yoga, Rishikeshi, e comecei um curso de um mês com imersão total no ashram, com descanso uma vez na semana. La estudei hatha yoga, fui iniciada na primeira série do ashtanga, tive aulas de pranayama, meditação, mantras, noções básicas de ayurveda, anatomia do yoga, entre outras matérias. Depois de três semanas mergulhada no yoga consegui acessar em uma aula de meditação um trauma de abuso que tive, e na mesma hora comecei a ter falta de ar, na sequencia, febre. No dia seguinte, falei com meu mestre e expliquei o que havia acontecido. Disse que já tinha tomado ansiolíticos e antidepressivos e não gostaria de usar essa mesma abordagem dessa vez.
Então ele me orientou a fazer uma sequencia de exercícios de respiração( pranayamas) seguido por uma meditação curta todos os dias em jejum. Ele ainda me disse”te garanto que no máximo em 3 meses, você estará sem nenhum vestigio de dispneia nervosa.Desconfiei se tinha capacidade para isso, mas decidi tentar. Criei a minha sequencia, e depois de 40 dias, não tinha mais nenhum vestígio de respiração difícil. Entendi então que tudo o que eu precisava estava disponível pra mim, a cura não viria de fora. Como disse meu mestre de filosofia do Akshi yoga shala, que foi onde eu me formei, céu e inferno estão dentro de nós, são projeções mentais.
Quero aproveitar esse espaço pra escrever sobre yoga e movimento. Mas para além das posturas, o yoga eh uma filosofia de vida. Estou começando agora um curso de vedanta com duração de dois anos, então vou usar o canal para mostrar um pouco desse universo também.
Sobre a busca pela felicidade citada no inicio do texto, diria hoje que quando entendemos que as sensações são vibrações efêmeras, pode ser esse sentimento uma alegria ou uma tristeza, o yoga nos fornece a ferramenta da desidentificação com os pensamentos e as emoções. Se você eh o observador do pensamento, a pessoa que sente a emoção, e não a emoção em si, então para o yoga você eh a consciência testemunha. Se identificar com alguma sensação passageira, eh se limitar.
Pare por um segundo agora, perceba como esta sua respiração, ela esta curta ou longa, superficial ou profunda, acontecendo só no peito ou começa pela barriga? A partir dessa primeira observação, passos importantes rumo a transformação para o equilibro, podem ser dados.
Namastê
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Ah!!! Que lindo texto da Thays!!
Adorei Cá!
Essa revista já acompanhou meu café da manhã e deu outros ares por aqui.
Gratidão por tanto!
Siga!!! Só vai amiga!
Lindeza ♡
Que legal!!!
Obrigada! Viu que belo time eu consegui!
Bj
Lindo ver esse projeto crescendo….Só inspiração!!!